A luz surge onde nenhum sol brilha; Onde nenhum mar se agita, as águas do coração Fazem avançar as suas marés; E fantasmas destruídos com vermes nas suas cabeças, Esses objectos de luz, Percorrem a carne onde nenhuma carne esconde os ossos. Uma candeia junto às coxas Aquece a juventude e a sua semente, queimando a semente da idade; Onde nenhuma semente cresce, O fruto do homem mostra o seu vigor nas estrelas, Brilhante como um figo; Onde nenhuma cera existe, a vela apenas mostra os seus cabelos. A manhã surge atrás dos olhos; E o sangue agita-se como um mar Da cabeça aos pés; Sem defesa nem protecção, as nascentes do céu Irrompem dos seus limites Ao darem-se conta de um sorriso no óleo das lágrimas. Como uma lua a noite cerca Com sua órbita os limites do mundo; O dia nasce nos ossos; Onde nenhum frio existe, a tempestade destrói As roupas do inverno; E a primavera surge nas pálpebras. A luz surge em lugares secretos, Nos limites do pensamento, onde à chuva se sente melhor o seu aroma; Quando a lógica morre, O segredo da terra cresce através dos olhos, E o sangue jorra do sol; Sobre os campos destruídos, a madrugada detém-se. em The Collected Poems: 1934-1953, Weidnfeld & Nicolson, 2000, pp. 23-24
Discussão sobre este post
Nenhuma publicação